quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fanfic "Possibilidades" Parte 6

- Por que pergunta?
- Ela acabou de ligar. Não quis deixar recado, nem dizer o que queria.
- Já sei do que se trata.
- E do que se trata? – perguntou ela.
- Um caso que estou investigando. Não adianta falar, uma vez que você não está inteirada do assunto.
- Fox, por que não tem se aberto comigo ultimamente. Nunca responde às minhas perguntas.
- Não há nada de errado. Só estou investigando um caso que penso poder resolver sozinho. – Mulder a abraça, dá-lhe um beijo e sai do quarto.
Mulder liga para Scully. Ela atende.
- Senhora Clooney, sou eu, Fox Mulder. Me ligou há alguns minutos...
- O seu agente está querendo falar comigo. Eu não sei o que fazer, e... o que dizer.
- O que ele quer? Está ameaçando você?
- Ele está querendo os papéis que lhe entreguei.
- O seu marido...
- Ele não sabe.
- Tudo bem. Eu resolverei isto. Diga-lhe que o verá no mesmo local que lhe encontrei aí em Boston.
- Eu não sei...
- Está tudo bem. Sei o que estou fazendo. Não se preocupe. Chegarei aí pela manhã. Quando chegar, entro em contato com você.
- Estou com medo, senhor Mulder. Mas vou assim mesmo.
Scully liga para Jeffrey.
- Amanhã nos vemos então.
Quando Scully delisga o telefone, nota a presença de Brad no quarto.
- Vai se encontrar com quem amanhã?
Surpresa , Scully não esperava o marido ali. Conta-lhe o que está acontecendo. Brad reprova sua atitude e diz:
- Você não vai a lugar nenhum. Não pode se envolver com esta gente, Dana. Não os conhece.
- Brad, o que temos que fazer é só dar-lhes o que querem e nos deixarão viver em paz.
- Mas você não vai. Fui eu quem nos colocou nesta situação, então eu terei que nos tirar dela. Não deixarei você se envolver mais com este pessoal.
Scully não pôde convencê-lo do contrário.
23 de janeiro de 2003
10 horas da manhã
Boston
Mulder chega à cidade e contata Scully; esta lhe diz o que ocorreu. Mulder conformado aceita a participação de Brad.
Brad chega ao local combinado. Mulder não consegue disfarçar sua insatisfação com a participação deste em vez de Scully. Esquece-se de que ela não é agente do FBI, e não tem a habilidade necessária para a ocasião. E, talvez estivesse sentindo por não poder estar perto dela mais uma vez. Durante o trajeto para o local de encontro, os dois travam um diálogo.
- Qual é sua verdadeira participação nesta história , senhor Clooney? Quem são as pessoas que lhe pediram a produção destas substâncias? Quem lhe deu estes nomes?
- Não posso lhe dizer. O que quero é que deixem minha mulher e filha fora disto tudo. A Dana não deveria ter se envolvido. Eu resolveria sozinho. Não lhe direi o que está havendo, senhor Mulder. Já lhe entregamos os documentos, as fórmulas...
- Eu quero nomes. Acha que está fazendo muito? O senhor está numa situação muito complicada, pessoas estão morrendo...
- Eu sei. Mas não tenho nada a ver com estas mortes. O que faço é somente produzir o que me pedem. O que fazem depois com ela, não sei nem quero saber. Não tenho contato direto com eles. Não sei seus nomes, o que fazem e nem onde moram.
Mulder sabe que ele mente. E continua:
- Está ganhando algum dinheiro com isto tudo? O senhor tem uma casa e carros muito caros e bonitos. Parece que vive uma vida muito boa.
- Caro, senhor Mulder, eu e minha esposa trabalhamos muito e tudo que temos foi ganho com muito esforço. Além do mais, somos cientistas respeitados...
- Estou vendo. E o que levou um cientista de tanto respeito se envolver com assassinos?
- Não me envolvi com assassinos. Só estamos fazendo o que tem que ser feito.
Neste momento Mulder olhou para ele com surpresa.
- E o que estão fazendo, senhor Clooney?
Brad não lhe responde. Chegam ao prédio e ficam esperando Spender chegar. Quando ele chega, Mulder, observando-o, pergunta a Clooney:
- Qual o interesse dele?
- Não sei lhe informar. Apenas nos contatou dizendo que queria tudo o que tínhamos e que se não colaborássemos teríamos consequências graves. Eu estava decidido a não colaborar apesar das ameaças. Mas a Dana achou que se desse o que estava pedindo ficaríamos livres.
Mulder ouvia tudo pensativo. Perguntava-se se podia confiar neste tal de Clooney. Qual sua ligação com Jeffrey. Depois do que Brad lhe dissera, passou por sua mente que as tais pessoas que ele disse não conhecer, uma delas poderia ser o próprio Jeffrey. A verdade é que já estava desconfiado, há algum tempo, que esta história de traidor que o Jeffrey inventara, era um pretexto para encobrir a sua participação nos assassinatos. O traidor era ele mesmo.
Mulder pensando nestas coisas havia se preparado para a ocasião. Pôs em Brad uma escuta, para saber das intenções e passos de Spender.
Mulder ordena que Clooney vá e não tente fazer nada sem que ele diga antes.
Ao chegar ao local, Spender abre-lhe a porta. Brad se sente inseguro, porém tenta não demonstrar. Spender observa um envelope em sua mão e lhe questiona:
- Está tudo aí?
- Sim. - Responde ele estendendo-lhe o envelope.
Spender verifica seu conteúdo. Pergunta a Brad se mais alguém sabe disto e como aquilo veio parar em suas mãos.
- Senhor Spender, não sei do que está falando. Não posso lhe dizer mais nada.
- Senhor Clooney, não sabe com quem está se metendo. Acha que somos idiotas? Quem mais está nesta história com o senhor. Homens do governo estão morrendo e seus nomes estão nestes papéis e me diz que não sabe e não tem nada a me dizer?
Apesar do medo Brad lhe responde com veemência. Não estava temeroso por si, mas por sua família. Por isso pede:
- Deixe minha mulher e filha fora deste negócio. Elas não têm nada a ver com isto.
- O que está pensando? Quem dá ordens aqui sou eu. Eu digo o que deve ser feito ou não. E o senhor parece que não quer colaborar muito.
Jeffrey caminha em direção à porta. Vira-se para Brad e lhe diz:
- Espere aqui até que eu volte.
Clooney permanece para e calado. Mulder vê Spender sair do prédio e um homem entrar logo em seguida. Diz, então, para Brad sair de lá e vai em direção ao prédio. De repente, ouve um tiro. Mulder começa então a correr. Chegando ao apartamento, encontra Brad sozinho caído no chão. Não restava nada a fazer. O tiro foi certeiro sem chances de reação. Acertaram-lhe à queima roupa na cabeça.
O celular de Brad toca. Mulder não tem outra saída que não seja atender. É Scully. Seu coração bate forte. Uma dor enche seu peito. Não pode, não sabe como dizer a ela o que aconteceu.
- Alô! Brad? - Pergunta ela .
- Não, senhora Clooney. Sou eu, Fox Mulder.
- Onde está o Brad?
- Ele não pode falar no momento. Está tudo bem?
- Comigo, sim, mas alguém entrou aqui em nosso laboratório e o incendiou. Não conseguimos identificar quem foi. Aí está tudo bem mesmo? – disse ela com uma voz aflita.
-
- Quando nos encontrarmos, conversaremos. Onde está?
- Estou indo para casa.
- Nos vemos lá.
Ele desliga sem lhe dar chance de dizer algo mais. Não queria lhe dar a notícia por telefone.
16 horas
Casa dos Clooney.
Mulder toca a campainha e Scully mesma é quem atende. Ela parece pressentir o que aconteceu. Mulder percebe seu olhar de angústia.
- Onde está Brad? – pergunta ela sem esperar qualquer palavra dele.
- Senhora Clooney... – diz-lhe com hesitação e pesar.
Ela não o espera terminar e as lágrimas começam a descer pela face.
- Não houve tempo de fazer nada. Seu marido está morto. Eu... Eu sinto muito.
Ela cai em prantos no sofá. A dor que transparecia no seu rosto era imensa. Naquele momento, a distância que outrora os estavam separando pelo tempo, parecia ter diminuído consideravelmente. E toma conta dele um desejo imenso de abraçá-la; confortá-la; envolvê-la em seus braços e tirar-lhe a dor. Olha-a com ternura e quase se aventurou a passar a mão em sua face. Porém conteve-se. Sentia-se impotente para fazer algo.
Deixou-a ali, só e triste.
20 horas e 25 minutos
Washington
Apartamento de Jeffrey Spender
Quando Jeffrey tentou abrir a porta de seu apartamento, viu que alguém já o fizera primeiro. Sacou sua arma, entrou devagar e silenciosamente. As luzes estavam acesas. Quando entrou em sua sala abaixou-a e mostrou-se irritado.
- O que faz aqui? Por que entrou assim? Podia ter me telefonado que iria falar com o senhor. – diz ele ironicamente.
- Por que tanta irritação? Afinal de contas, somos irmãos. Não preciso pedir permissão para entrar em sua casa.
- O que quer Mulder?
- O que quero? Não acha que está fazendo perguntas demais? Quem tem que explicar muita coisa é o senhor, Jeffrey Spender. A polícia de Boston está tendo bastante trabalho hoje, você sabia? Um assassinato, incêndio criminoso...
- Por que pensa que tenho algo a ver com isso?
Mulder liga um gravador. Jeffrey assusta-se. São ele e Brad conversando.
- O que é isso? Anda me espionando?
- Novamente perguntas. Eu questiono os fatos aqui Jeffrey. E tenho muitas perguntas a fazer. Primeiro, por que não me relatou o que sabia? Segundo, escondeu que sabia de onde provinha a substância encontrada nos corpos e quem estava envolvido.
Mulder retira de uma pasta alguns papéis.
- E isto aqui? Sabe o que é isto? Lógico que sabe. Brad Clooney entregou-lhe outros iguais a estes. O que estava tentando encobrir Jeffrey?
- Encobrir? Estou nos protegendo. Se você não faz nada, eu não tenho culpa. O que é isto, senhor Diretor Assistente? Isto significa, como eu já disse, que temos um traidor em nosso meio. E aquele Brad Clooney apesar de negar, sabia quem eles são e fazia parte de tudo. Não queria que eu ficasse de braços cruzados esperando novas mortes ocorrerem. Além do mais, eles me deram carta branca para agir. Ou acha que fiz essas coisas sozinho? Portanto senhor Diretor Assistente, eu não encubro nada. Pelo contrário. Estamos bem perto de apresentar quem anda assassinando nossos homens.
Mulder permanece quieto por um instante. Sai, mais uma vez, sem dar satisfação Spender.
“Spender parece dizer a verdade”, pensou. “Se não era ele, quem poderia ser? Pelo jeito Jeffrey está omitindo o resultado de suas investigações por ciúmes. Queria demonstrar ao seu pai que podia ser mais competente que ele.Que infantil! Se não é alguém quem dentro do FBI ligado a eles, poderia estar ... Mas é claro! Como não havia pensado nisso antes?”
Mulder, que estava indo em direção à sua casa, mudou seu trajeto. De repente, vieram à sua mente lembranças vagas que iam se tornando nítidas; lembranças que envolviam os assassinatos em questão. Não era uma suposição, mas uma certeza. Não sabia como ou por quê. Mas naquele momento iria ao encontro do assassino que estavam procurando.
23 horas e 33 minutos
Washington
Quartel General do FBI
Mulder está em sua sala. Sentado à mesa examina os papéis dado-lhe por Brad. Mil pensamentos passam em sua mente. Ligou para Kersh, Canceroso, Skinner e Spender para uma reunião pela manhã.
A porta de sua sala se abre.
- Vai ficar parado aí? Entre. – disse ele sem olhar para a pessoa que chegara.
- O que quer de mim a esta hora? Andei tentando falar com você estes dias, mas parecia impossível. Estava sempre ocupado.
Mulder entrega-lhe os papéis.
- O que você quer dizer com isto?
- Quero saber de tudo. Quem mais está com você, Skinner? Sei que não está sozinho.
Skinner demonstra surpresa e incompreensão.
- Do que está falando, Mulder? Por que todo este interrogatório?
- Brad Clooney foi morto hoje. Seu ajudante para assassinar nossos homens foi baleado hoje à tarde.
Skinner assusta-se e demonstra certo pesar. E diz:
- Por que me chamou aqui? Não é o melhor local para conversarmos. Que história é esta de saber que não estou sozinho? O que está pretendendo fazer?
- Eu liguei para a senhora Clooney – diz Mulder - e ela reconheceu você como a pessoa que estava no laboratório há três dias com o senhor Brad Clooney. Não adianta querer negar seu envolvimento, Skinner.
- Mas o que há com você? – diz-lhe Skinner, gritando – O que pensa que está fazendo? Não estou lhe entendendo. Está querendo desistir e colocar toda culpa em mim? Se é isso, é melhor pensar bem, pois tem tanto a perder quanto eu.
Mulder levanta-se e retruca:
- Desistir do quê? O que está querendo dizer?
- É melhor você vir comigo.
Mulder está confuso. Olhou para Skinner com ar de interrogação e demonstra não querer acompanhá-lo .
Skinner insiste para que o acompanhe.
24 de janeiro de 2003
00 hora e 53minutos
Casa de Skinner
Skinner e Mulder chegam ao apartamento. Skinner entra em um dos cômodos e retorna com uma fita nas mãos. Mulder lhe pergunta:
- O que há de importante aí?
- Você verá.
Mulder reconhece o lugar. É o edifício onde Gabriel Burns morava. As fitas contêm imagens das câmeras de segurança do dia do assassinato dele.
- O que há de importante nestas imagens? Elas não mostraram nada anteriormente.
- Espere e verá.
De repente, Mulder não acredita no que vê: Gabriel Burns entrando em seu apartamento e está acompanhado. Não pode crer no que observa. O homem que o acompanha é ele mesmo, Fox Mulder. O espanto manifesta-se em sua face. Não sabe o que dizer. Skinner, então, fala:
- Consegui obter esta fita antes que fosse parar nas mãos de Jeffrey. De alguma forma não conseguimos interferir nas imagens de todas as câmeras como imaginamos. Não sei como aconteceu. Estava para lhe mostrar. Porém, como lhe disse, você estava incomunicável. Não sei o que está pretendendo fazer, o porquê de toda esta acusação que me está fazendo. Se está querendo voltar atrás, Mulder, não vou cair sozinho.
Mulder está sentado, a cabeça baixa entre as mãos indicava que estava com a mente em outro lugar. Ele havia matado Gabriel Burns. Era ele quem estava no comando do extermínio dos super-soldados. Certo alívio manifestou-se nele. Durante todos estes dias seus atos o incomodavam. A naturalidade com que fazia determinadas coisas e o fato de estar unido ao Canceroso era algo que o deixava em conflito consigo mesmo. Talvez fosse porque inconscientemente soubesse que continuava lutando contra aqueles com quem sempre combatera na sua antiga vida, vida esta que aos poucos já estava caindo no esquecimento. Até mesmo esquecendo-se de buscar uma saída para voltar, voltar para... para quê? Para onde?
Skinner encontra-se em pé olhando para Mulder, esperando uma reação, uma resposta. Mas ele continua com olhar voltado para o chão. E seu pensamento está envolto com lembranças de momentos que se alguém lhe anteriormente lhe perguntasse, não saberia responder. Porém, agora podia entender o que se passava. Lembrava-se de como ele e Skinner planejaram a eliminação dos super-soldados, de como descobriram a forma de os matarem. Lembrara até de que já conhecia Brad Clooney, não pessoalmente, mas do seu envolvimento.
Mulder levanta-se e diz a Skinner:
- Livre-se disto. Tem certeza de que não há mais nenhuma outra?
- Tenho. Quanto a esta história toda, Mulder... Não estou entendendo o que está pretendendo.
- Esqueça o que houve. Não há nada para entender. Eu.. eu... marquei uma reunião amanhã com todos. Tinha uma coisa em mente. Agora terei que mudar meus planos. Nos vemos pela manhã.
Skinner não respondeu. Seja lá o que estava passando pela cabeça de Mulder, ele não estava disposto a dizer. Abriu a porta e Mulder se foi.
Ao chegar em casa não subiu. Ficou ali, na sala mesmo. Deitou-se no sofá. Estava cansado para dar explicações à Diana ou para conversar. Não queria compainha. A solidão, naquele momento, era o que queria.
08 hora e 40 minutos
Quartel General do FBI
Mulder estava sentado em sua sala. Diana, Skinner, Kersh e Canceroso eram seus acompanhantes. Estavam à espera de Jeffrey Spender.
Jeffrey chega. Todos voltam os olhares para ele. Por fim Mulder diz:
- Até que enfim, agente Spender. Estávamos ansiosos por sua chegada. Sabemos que solucionou o caso que nos estava deixando muito preocupados. Resolvi fazer esta reunião aqui para parabenizá-lo perante todos pelas suas ações eficazes.
Skinner demonstra inquietação. Não sabia o que Mulder planejava. Principalmente, depois de todo aquele teatro que havia feito com ele na noite anterior.
O Canceroso, como de hábito, permanecia tragando seu cigarro e apenas observando.

Continua...

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