sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Entrevista (não tão) Recente de David Duchovny - Parte Final

Full Frontal (2002)—“Bill/Gus”

DD: Full Frontal foi uma curta experiência na minha vida. Acredito que filmei uns dois ou três dias. Acho que Steven Sodenbergh filmou em dois dias, mas pode ter sido um pouco mais. Steven era alguém que eu conhecia há tempos, desde as primeiras audições que fiz para o filme “Sex, Lies, and Videotape”. E nem sei como entrei naquela audição, pois poderia começar a atuar, mas li o script para Steven, e ele escreveu uma ótima carta para Henry Jaglon – o cara com quem fiz minha primeira filmagem, em New Year’s Day – dizendo que tinha apreciado minha audição e blá, blá, blá. Sempre almejei aquilo, ainda mais que eu já tinha visto o trabalho de Steven. E Steven sempre disse: “Faremos um filme juntos!” e finalmente o projeto veio, e ele disse: “É sobre você!” É sobre sua personagem!” e eu disse: “Ótimo! Mal posso esperar para fazer isso!”.

Então peguei o script e tinha apenas uma ou duas cenas. É sobre minha personagem chegando aos 40 anos ou algo assim, mas mal apareço nisso, então fiquei tipo: “Valeu mesmo, amigão!”.

Então fizemos aquilo e Steven filmou tudo com uma câmera manual e fez qualquer coisa com a iluminação, e foi bem solto. Acho que o que mais me lembro é que eu tinha que ter uma ereção no meio de uma sessão de massagem que Mary McCormack estava fazendo e, obviamente, aquilo não era algo em que eu estava ligado - bem... não “obviamente”- mas não sou talentoso o bastante para fazer aquilo, sob comando, no meio de uma cena, então Steven tinha um pênis de plástico e ele me entregou aquilo, e começamos a filmar de uma vez, então não havia tempo para editar e colocar aquilo no lugar e aquilo parecia estranho, certo? Ele elaborou a cena e pôde mudar a filmagem de mim para a Mary, e, francamente, eu tinha que colocar aquela coisa sob o lençol, pois iria “endurecer” e eu tinha 4 ou 5 segundos para fazer isso. Após algumas tomadas, aquilo, cerimoniosamente, ficou para o lado. Foi engraçado filmar daquele jeito. Não necessariamente com um pênis de plástico, mas por que você filma algo como se fosse uma criança, e não é como: “Mestre, cowboy, quatro tamanhos de close-up, e vire para trás.”. É mais como: “Vamos filmar isso. Vamos fazer tudo funcionar e vamos prosseguir.”.

Evolution (2001)—“Dr. Ira Kane”

DD: Yeah, Evolution é um exemplo de filme de grande orçamento. O que é difícil em comédias, por que elas precisam ser frescas e soltas e livres, e é difícil fazer comédias grandiosas, pois você coloca muita expectativa, ainda mais em algo com grandes efeitos especiais, como Evolution. Mas tivemos ótimos momentos filmando aquele trabalho. E eu tive ótimos momentos com Orlando Jones e Seann William Scott e Ivan Reitman. O problema com aquele filme foi o final, sempre. Era sobre a evolução daquela forma alienígena, e apesar de que eu nunca escolheria como um primeiro filme, após The X - Files, algo sobre aliens, foi o que aconteceu. De qualquer forma, é sobre a rápida evolução daquela forma e aquilo se tornou uma enorme bolha que não era nem assustadora e nem engraçada. Esse foi o problema no final do filme. Não teve um vilão, e nem mesmo um vilão engraçado, como o Stay Puft Marshmallow de Ghostbusters. Só tivemos um tipo de nuvem. Então, ultimamente, eu acho que esse filme quase valeu. Poderia ter sido muito engraçado e acho que foi só “ok”. E acho também que interpretei mais o homem certinho naquilo, e me senti um pouco deslocado. Mas sabe? Você aceita os seus cortes.

AVC: Você pensa em você mesmo mais como um ator de comédia?

DD: Eu não sei. Eu penso em mim mesmo mais como uma pessoa de comédia. Não sei quanto a um ator cômico. Eu acho que com Californication, digo, eu penso naquilo como uma comédia ostensiva, e é isso que venho fazendo recentemente, mas acho que eu sempre tento encontrar humor em minhas personagens, pois penso que é frequentemente a chave certa. A falta de humor também pode ser a chave, mas, para mim, as pessoas respondem mais ao humor, que com frequência indica quem realmente são, onde vivem, e como se sentem, profundamente. Então, eu não sei. É sempre uma chave para mim quando trabalho, mesmo se estou trabalhando em algum filme que não é cômico. Há certas coisas que aprendi quando ainda estava nas primeiras lições sobre atuação, e uma delas é tentar e estabelecer a personagem física e emocionalmente. E o modo como você estabelece o emocional da personagem é, frequentemente, com humor.


The X - Files (1993-2002; 2008)—“Fox Mulder”

DD: Bem, tem um caso nisso tudo. Na época do processo de audição, eu tive uma conversa com Chris Carter, pois ele queria que eu me saísse bem na frente do pessoal da rede. Exatamente como você vê em The TV Set, tem esse tipo de ritual estranho, bárbaro, de ler em uma sala, na frente do pessoal da rede, todos de ternos e tudo o mais. Acho que era a terceira ou quarta vez que eu lia na frente das pessoas da rede, não somente para The X-Files, mas para outros pilotos de séries que vieram e seguiram sem mim. E Chris disse, para me ajudar, “Esse cara é irreverente”. Sempre lembro que havia uma direção de cena – e isso realmente marcaria o piloto – na qual Mulder era descrito mais como um VJ da MTV do que um agente do FBI. E para mim, aquilo era a chave, que aquele cara não ligava a mínima para o que pensavam dele. E sempre foi divertido interpretar.

Quando você não se importa, você não se importa. Por que todos nós nos importamos com o que os outros pensam, e nós entramos nessas personagens em filmes ou na TV, do tipo que não se importam. Eles têm um tipo estranho de poder. E isso era a chave para a interpretação de Mulder, para mim. Seu senso de humor, e como ele poderia trazer aquilo para os procedimentos do FBI, ou para Scully. Sabe? Ele sempre estava pronto para brincar. E a chave para aquilo era o sincero desespero de sua busca. Então, se você combinar essas duas coisas, o emocional ferido pela perda da irmã e os sentimentos sobre aquilo, combinado com sua atitude “foda-se”, isso era a personagem. Eram as duas metades do anel para aquela personagem. E aquilo permaneceu durante a coisa toda.

The End!

Tradução: Yayá.


Mais uma vez, obrigada, Yayá, pela tradução!!!!!!!!!!!!!!!

Valeu!!!!!!!! ;)

Entrevista parte 2.

Entravista parte 1.


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